Sauna na Eslovênia

Eu nunca estive em uma sauna antes, essa foi a minha primeira experiência, fui com um amigo para uma sauna em um lindo hotel na cidade de Bled. Eu já sabia que para os Europeus era normal ir para a sauna, assim que entrei no lugar, me lembrou o Sesc, quando eu morava em SP eu utilizava muito os serviços do Sesc e foi essa a sensação que eu tive ao entrar no espaço.

Descrição: uma pequena recepção central, um espaço com vários banquinhos, cabines com ducha, uma espaço para beber chá, água e uma grande porta de vidro. Depois dessa porta de vidro, tinha uma grande piscina, outra piscina  no estilo eufurô e uma casinha toda de madeira. 

Entramos na casinha de madeira, tinha apenas um senhor, deitamos no banquinho de madeira, a vista do lugar era simplesmente maravilhosa, do castelo e da igreja, pontos turístico mais conhecidos da cidade.  

A partir desse momento eu só observava as minhas reações, de como eu me sentia naquele ambiente, se sentia olhares para o meu corpo, se eu me sentia desprotegida, acuada ou em risco. Em nenhum momento sentir essas sensações, ao contrário, eu me sentir respeitada. 

Quero trazer essa reflexão: Na sauna, todas as pessoas estavam nuas, sem nenhuma tipo de roupa, em alguns momentos usaram toalhas mas, na maioria das vezes estavam sem nada. 

E por que no Brasil, a sauna é um lugar para sexo?

Por que no Brasil é impossível ficar pelado na frente de outras pessoas em um ambiente assim, que não seja para fazer sexo? 
Por que nossos corpos são hipersexualizados?

Eu acredito que muitos Brasileiros não iriam se sentir a vontade em uma sauna assim, eu confesso que, também não me sentir, exatamente por vim dessa cultura onde sexualizamos todas os tipos de ações. Onde o ato de mostrar meu corpo seja um convite para que o outro “abuse”dele. Mesmo nos dias atuais lutamos para que o outro respeitem as nossas escolhas de se vestir, somos livres para vestir a roupa que queremos ou temos que lutar para sermos respeitadas em um metrô lotado.

Os exemplos de abuso são infinitos mas, quero deixar uma mensagem aqui, ao viajar para um outro País, venha com a cabeça aberta, respeite a cultura do lugar, os costumes das pessoas e principalmente tente aprender com elas. Ter a liberdade geográfica não adiantará de nada se na sua cabeça tiver várias prisões. 

Liberte-se!!!