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Um experiência ruim


No dia 05.12 eu cheguei ao meu décimo primeiro voluntariado, por ter vivido várias experiências incríveis, eu cai na armadilha da falsa segurança e não dei importância para alguns sinais de perigo. 

Esse relato tem o intuito de alertar e/ou evitar possíveis situações e enfatizar a importância de um preparo para buscar vagas de voluntariado, se você têm o suporte de profissionais na sua viagem preste atenção em todas as orientações, isso vai te ajudar a identificar uma vaga inadequada. Eu não quero jamais desmotivar você a realizar sua viagem internacional e experienciar o intercâmbio voluntário, estou viajando a mais de 8 meses e posso garantir que a maioria das vagas são maravilhosas.


A vaga: Uma casa nas montanhas na cidade de Neum no interior da Bósnia and Herzegovina, a vaga oferecia acomodação e alimentação, para ajudar nos afazes da casa e esporadicamente no restaurante da família. Na casa moravam o anfitrião um homem de mais ou menos 55 anos e seus pais que já eram bem idosos e não falavam inglês. Quando apliquei para essa vaga eu percebi que o anfitrião era cadastrado na plataforma há alguns anos e não havia nenhum review's de voluntários, perguntei para ele se já havia recebido ajudantes e ele disse que sim, mas não tinham sido boas experiências. Já fiquei desconfiada, porém eu continuei a conversa, em alguns momentos eu percebi que ele era uma pessoa impaciente ao responder as minhas perguntas, e minha intuição estava me dizendo para eu não ir mas, eu fui mesmo assim.


Infelizmente no primeiro dia, ja sentir incômodo com o anfitrião, na hora do jantar, apenas ele e eu, me ofereceu vinho, e ficamos conversando, ele foi invasivo nas perguntas e na forma a qual me olhava, não me sentir a vontade com sua postura, como não sabia com quem eu estava lidando não falei nada, em um determinado momento da conversa ele disse que no restaurante dele, onde eu também iria ajudar a servir as mesas, as vezes os homens bebiam além, que poderia acontecer deles fazerem "brincadeiras" comigo e talvez me dá aquele famoso "tapinha" e quando ele falou isso, ele fez o gesto. Nesse momento, meu sangue subiu na cabeça e a minha vontade era sair de lá no mesmo momento porém, eu fui racional, eu estava há mais de 25km da cidade, o acesso da casa dele era apenas de carro, não havia transporte públicos, para eu sair de lá, eu dependeria dele. 

No dia seguinte, tentei ficar bem distante, apenas perguntei qual era o serviço do dia, eu colocava meus fones de ouvido e realizava as tarefas, evitava o contato com ele, os dias demoravam uma eternidade para terminar, eu ficava procurando vagas próximos na esperança de ter um anfitrião que pudesse me buscar. Até esse momento eu não havia comentado com ninguém dessa situação, sempre resolvi a minha vida sozinha, estava acostumada a lidar com os desafios da vida e a resolver todos sozinha. Porém, no meu quarto dia, ele recebeu algumas pessoas para jantar, fui ajuda-lo e depois de algumas horas trabalhadas, ele parecia estressado me pediu algo, que eu não entendi, pedi para repetir e nesse momento ele gritou comigo. No momento ele falou para eu deixar ele sozinho trabalhando, aproveitei e falei que eu iria embora no dia seguinte, fui para o quarto, nesse momento eu decidir falar para alguns amigos, todos eles tentaram me ajudar de alguma forma, passei minha localização e todas as informações do anfitrião. Meus amigos me tranquilizaram e formaram uma rede de apoio linda, isso me deixou tão emocionada que me dei conta que eu não estava sozinha, que eu tinha amigos, pessoas as quais se preocupavam comigo e que eu poderia contar há qualquer momento. Isso me deu ainda mais coragem. No dia seguinte as 8h da manhã, eu coloquei minha mala no carro sentei no banco de trás e ele me deixou na cidade. 

Essa terrível experiência serviu para me mostrar da importância de termos a rede de apoio, da importância do partilhar a minha dor, minha aflição e meus medos. Partilhar as minhas fraquezas não me torna covarde mas, corajosa em revela-las. Essa vaga foi uma exceção entre as milhares de vagas incríveis com anfitriões maravilhosos, essa experiência não me fez ter uma ideia ruim sobre o País, eu tenho muito carinho pela Bósnia H, é um País de uma cultura riquíssima de muitas histórias e superação. Depois, fiquei hospeda em um Hostel na cidade de Mostar e aproveitei a cidade e aproveitei a minha viagem, é um lugar que quero voltar e que indico.

Finalizo esse texto agradecendo a essa rede de apoio linda, tão incrível e tão forte, gratidão por segurarem a minha mão e acolherem a minha dor. 



Comentários

Nayara disse…
Sinto muito que você tenha passado por essa situação, mas como sempre você nos inspirando com as suas histórias de superação.
Pode ter certeza que a sua rede de apoio te ama e estará sempre torcendo por você. Estou ansiosa para as próximas histórias. Se cuida! 💚
Dani disse…
Sinto muito pelo que te ocorreu, obrigada por compartilhar seu texto já ajudou uma futura viajante aqui! Abraços e boas viagens!
Anónimo disse…
Jo vc me inspira ,estou confiante..Cada dia você fica mais forte..obrigada por compartilhar bjos
Tenho certeza que toda sua experiência já
é inspiração para muitos amiga, vc é um pássaro azul que está percorrendo e registrando cantos desse mundo assim como em suas proprias palavras "lugares s/glamour". Seria ótimo se contasse um pouco sobre o motivo dos lugares que prefere voluntariar. Bjao.
Aline de Col disse…
Mulher que baita susto e graças a Deus você foi guiada e protegida, apesar dessa ser uma situação difícil amo saber das suas experiências ❤
Jô Maciel disse…
Queridas muito obrigada pelas mensagens, me alegra demais em ter essa corrente de sonoridade. 🥰 Bom ter vocês aqui.
Bia disse…
Nossa que situação, você deixei seu relato na plataforma?
Jô Maciel disse…
Foi uma situação delicada, fiz a denuncia na plataforma sim. Fiz a minha parte!